Após 20 anos, ANAC comanda mudança na matrícula de aviões brasileiros
Agência possui reserva de matrícula para o prefixo PS que vai complementar a quase saturada série PR
O Brasil deverá ampliar suas marcas de nacionalidade de matrícula, adicionando ainda este ano o prefixo PS- em complemento a sequência PR, PP e PT, em uso atualmente. Adicionado no início dos anos 2000, a série PR dava continuidade aos registros brasileiros, que até então estavam restritas as combinações PP e PT, adotadas no começo do século 20.
A ampliação da frota era prevista, com a reserva do prefixo PS para aeronaves homologadas. Após quase duas décadas a primeira aeronave a receber a nova sequencia será um helicóptero AW139, que será identificado como PS-BFF.
REGULAMENTAÇÃO SURGIU NOS PRIMÓRDIOS DA AVIAÇÃO
Os primeiros aviões da Varig ostentavam a sequência P-, como este Dornier Merkur, no inicio dos anos 1930
Por normas internacionais, cada aeronave civil deve ser registrada com marcas de nacionalidade e de matrícula, conforme uma sequência internacional aprovada pela Organização Internacional da Aviação Civil, uma agência especializada das Nações Unidas criada em 1947, tendo hoje 191 países-membros e dedicada a regulamentação internacional da aviação.
A primeira regulamentação internacional para registro de aeronaves ocorreu em 1919, durante o International Air Navigation Convention, que aconteceu em Paris. Na ocasião o Brasil adotou o prefixo P- seguido de quatro letras para registro de suas aeronaves, que deveria começar com a sequência P-AAA.
Até o inicio dos anos 2000 a maior parte dos aviões comerciais ostentavam a marca PP, enquanto a aviação geral normalmente empregava a série PT.
Uma nova convenção internacional, ocorrida em Washington, em 1927 e realizada pela International Radiotelegraph Convention, revisou as marcas nacionais. O Brasil então adotou a sequência PT para aeronaves da aviação geral e PP para aviação regular. Os Estados Unidos passaram a utilizar a série N seguia de até cinco caracteres alfanuméricos, enquanto o Reino Unido optou pela série G (Great Britain) seguida de quatro letras, assim como a Alemanha escolheu a letra D (Deutschland), mais quatro letras, a França a letra F (France) também seguida de quatro letras, entre outros países. Curiosamente na ocasião a letra B estava disponível, mas o Brasil escolheu uma sequência não relacionada a primeira letra de seu nome, como fizeram outros países. A letra B foi adotada pela China.
O prefixo PR passou a ser utilizado por toda aeronave civil e homologada, indepdente de sua aplicação, seja da aviação geral ou regular
Ainda que existam algumas restrições nos registros de aeronaves brasileiras, que excluí algumas séries de combinações SOS, VFR, IFR, IMC, entre outros, a mais recente combinação PR- tinha disponível quase 999 possibilidades, que agora começam a esgotar. A adoção já prevista do prefixo PS deverá proporcionar mais uma ou duas décadas de registros ao país.
O prefixo PU, também detido pelo Brasil é restrito a aeronaves experimentais não homologadas.